Houve um tempo em que o urgente era adaptar-se ao uso do computador, precisávamos abandonar a velha caneta nanquim, réguas paralelas, curvas francesas e dominar softwares, aprender o Corel, migrar para Adobe Illustrator, Photoshop, o QuarkXpress, aprender de novo no inDesign e descobrir com o tempo que essas ferramentas são, apenas, ferramentas.
Acreditávamos, por muito tempo, que o computador era a base da criação, e por hora, fora, em tempos em que os recursos de efeitos, sombras, trocas de cores e filtros encantavam por si só, mas o tempo passou e descobrimos que tudo isso apenas pasteurizou a criação, criou um commodity que é o material pronto, sem ideia e sem diferencial.
Levou tempo, mas voltamos para a velha caneta nanquim, a ideia acima da solução fácil, o rafe, o estudo e o domínio da mão humana sobre a matéria, a volta ao papel, à madeira, à colagem, à gravura. Recursos que geram resultados às vezes, diferente do esperado, e o acaso vira fator criativo, aliado ao tempo de fazer, em que a imersão no processo é mais importante que a pressa de entregar um material sem personalidade criativa. Acreditamos na volta ao trabalho da mão humana, na surpresa da experimentação, com um acabamento com uma ferramenta final, que se chama computador.
Tags: Handmade, Processo Criativo